quinta-feira, 29 de maio de 2014

PRECISO DE SUA OPINIÃO!



Povo do Facebook, do Twitter, do Whatsapp e afins... tenho percebido que várias pessoas têm dado um uso inusitado às redes sociais. Nem sei ao certo se o termo inusitado é adequado, pois é algo até óbvio. As pessoas em dúvida sobre um assunto, jogam seu problema na "rede" e buscam conselhos de como resolver tal problema. Pensando assim, resolvi fazer, eu também, um teste com uma dúvida que um aluno meu, de Administração, me passou. Eis a contexto da questão:

A família dele é proprietária de uma fábrica de confecções de relativo porte na região do agreste pernambucano. Os pais estão praticamente se retirando para deixar a condução dos negócios a cargo dos filhos. Por ele ser o filho mais velho e por cursar Administração, tem se visto com frequência tendo que tomar decisões centrais quanto à seleção e à demissão de funcionários, por exemplo.

Ele percebeu que no setor de compras é praxe se fazer uma cotação de preços. O principal funcionário do setor deve cotar, comprar e receber as compras dentro do prazo. Ele tem observado que o funcionário atual cota um pedido por exemplo de dez mil reais e no final de todo o processo, a empresa tem pago quase oito mil reais acima do que foi cotado anteriormente. O funcionário sempre justifica que houve alguns problemas na primeira cotação e que, por isso, o preço final tem aumentado. Nesse caso foi cerca de 80% de acréscimo. Um outro problema que ele tem enfrentado no mesmo setor, é que, não bastasse o valor mais alto pago pelas compras, elas têm demorado muito a ser entregues e ainda assim as entregas são feitas de forma parcial ou mesmo têm vindo incompletas, o que tem atrasado por consequência a fabricação dos produtos finais, gerando até mesmo o cancelamento de vendas.

Em resumo, tem-se:

  • Preço de compra 80% acima da cotação inicial;
  • Demora na entrega dos produtos comprados;
  • Entregas feitas de forma parcial ou mesmo incompleta;
  • Atrasos e perdas de prazo na produção; e
  • Cancelamento de vendas.

Há suspeitas do que o funcionário do setor de compras, além de não ter a competência necessária, está fazendo acordos "por baixo dos panos" com os fornecedores. Aí ele me pergunta: o que fazer?

Faço então a mesma pergunta a vocês: o que ele deve fazer?
 
Pensou?  (se não pensou, antes de prosseguir na leitura do caso, pare mesmo e pense um pouco no que você faria se tivesse poder decisório nessa organização).

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Pensou  mesmo? Então vamos lá. Continuando...

Pois bem, o caso que eu contei acima é pura ficção. Invenção de minha cabeça. Contudo, não posso receber os créditos pela criatividade da elaboração da história porque apenas troquei as personagens e o contexto a partir de fatos bem concretos de nosso cotidiano. Talvez até lendo o texto vocês tenham percebido um certo paralelismo com fatos recentes.

Digamos que a compra cotada, feita e entregue no prazo sejam os novos estádios de futebol e demais obras de infraestrutura para a Copa do Mundo. O que vemos o tempo inteiro é que muitas dessas obras foram cotadas por um valor X, estão custando em alguns casos bem mais do que os 80% de ágio da história que contei, estão sendo entregues fora do prazo, de forma parcial, incompletos, com defeitos e com muitas obras, especialmente as de infraestrutura, que só serão entregues (dizem) depois da Copa.

E aí? O que você pensou para o "pobre" funcionário do setor de compras da fictícia empresa de confecções serve para quem hoje é responsável pelas obras da Copa? Lá estava envolvido coisa de dez mil reais... na vida real são quase dez bilhões de reais... de dinheiro do povo, diga-se de passagem.

#vaitercopa... mas a que custo?

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