sábado, 5 de maio de 2012

SUPER LUA


Muito tempo se passou desde a última vez que escrevi neste blog. Passaram-se também muitos acontecimentos que poderiam ter aqui ficado registrado, porém não foram, e se assim aconteceu, foi o melhor que poderia ter acontecido.

Mas hoje é diferente, é preciso escrever. Para alguém que, certo dia, passou a conversar com a lua, que aprendeu a admirá-la e que a teve como confessora de suas ideias, aquelas simples e as mais apaixonantes também, não poderia, hoje, deixar de falar-lhe mais de perto, quando ela própria, a lua, se aproxima do planeta, de nós e, mesmo correndo o risco de parecer um tanto quanto presunçoso, o que realmente não é o caso, de mim.

Os astrônomos têm uma série de explicações astrofísicas complexas para o fenômeno que chamam de "lua de perigeu" e que é conhecido também, mais popularmente, como "super lua". Mas para os que amam a lua, tudo é muito mais simples, ela apenas quer se aproximar para melhor nos ver, enquanto nós a queremos mais próxima para admirar sua beleza e para conversar com ela aproveitando-nos da sabedoria que ela acumulou após tantas idas e vindas, voltas e voltas, crescentes e minguantes, novas e cheias. Tal qual ela, também vamos e voltamos, andamos de forma circular, crescemos e minguamos, recomeçamos e atingimos nosso ápice para novamente recomeçar. 

Tantas fases, tantas eus, tantos nós, tantas luas, tantas dúvidas e apenas a certeza de que o ir e vir, o circular, o crescer e o minguar, a fonte e o ápice, são sempre "o melhor". Por vezes não entendemos os pontos soltos que só vêm a fazer sentido quando, olhando para trás, percebemos que todos esses pontos aparentemente soltos fazem, na verdade, parte de uma trama divina que nos leva a sermos pessoas melhores quando assim desejamos, quando assim decidimos ser, apesar de por vezes termos vontade de agirmos à base do "olho por olho, dente por dente". Como disse Gandhi, se não estou enganado, olho por olho e todos acabaremos cegos. Aprendamos pois com a divina sabedoria da lua a sermos nós mesmos, pois o que importa de verdade quando fazemos algo é o "de quem é" e não o "pra quem é". Integridade não significa estagnação. Integridade tem muito mais a ver com superação, aprendizagem, movimento em favor de se tornar o melhor que se pode ser. Como a lua que ora se aproxima, ora se distancia. Como a lua que ora brilha mais, ora brilha menos. Como a lua que ora está aqui, ora está acolá. Como a lua que em sua integridade de movimento, integraliza em nós a sabedoria que nos ajuda a sermos não super humanos, não é necessário, basta-nos ser, como Nietzsche dizia, humanos, demasiadamente humanos.

Assim, à aproximação da lua de hoje, sejamos capazes de aprender, respirando lenta e profundamente, pa-ci-en-te-men-te, com seu exemplo, a sermos melhores, a nos tornarmos próximos, a brilhar mais, curiosamente, a sermos mais humanos, humanos melhores, astro-humanos.

Um comentário:

  1. Hello dear blogger. Once again, a nice post. And a special one as it invites us to contemplate this beauty tonight. This placid, distant satellite is but a remainder that there is nothing new under it. And for that matter, we should struggle, fight to be better as the journey is short, and soon thete will be no shadow of us all. In spite of that it will stand longer, beatifully placed up there to be contemplated, by generations and generations to come. Let´s bathe in its glow and try and be better, lighter, brighter, luminous. No matter when or how nor to whom. Let Selene teach us to be humans after all. Tonight I will be with eyes fixed on the sun reflecting rock. Guess you will too. Cheers to Selene,and to you, dearest blogger. :)

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