domingo, 29 de julho de 2012

ABRAÇO

Algumas coisas só são compreendidas tempos depois...

Anos atrás minha mãe trouxe de uma reunião da igreja uma mensagem sobre o valor do abraço e fez questão de nos mostrar, a mim e a meus irmãos, pois era uma mensagem bonita. O engraçado é que ela própria nunca foi dada a abraços, razão talvez pela qual eu sempre tenha tido dificuldade com tais gestos. Confesso que não me empolguei muito com a mensagem, achei até um pouco piegas, mas ela estava tão empolgada que eu, como bom filho, concordei com a "beleza" da mensagem. (Para ler essa mensagem, clique AQUI)

O tempo passou e um abraço me trouxe essa mensagem à memória. Memória essa que me causou um susto dois  dias atrás quando estava dirigindo e por cerca de um minuto, talvez um pouco mais, fiquei sem saber em que rua estava e de onde estava vindo, mesmo sendo um caminho bem conhecido. Acho que é normal de vez em quando ter esses "apagões", mas é uma sensação bem estranha e refletindo sobre o fato, uma certa aflição recaiu sobre mim e um medo antigo, o de esquecer de momentos importantes da vida, ressurgiu com força. E um desses momentos foi justo o abraço que trouxe a mensagem de minha mãe de volta do passado.

Ao lembrar desse abraço, percebi que a mensagem fazia sentido e entendi enfim o por quê da alegria de minha mãe quando a mostrou pra nós. Naquele momento eu ainda não entendia quão precioso pode ser um abraço. É, algumas coisas só são compreendidas tempos depois...

Deus, que minha memória não me deixe esquecer daquele abraço!

2 comentários:

  1. "Que o esforço pra lembrar
    É a vontade de esquecer". (O vento - Los Hermanos)

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  2. Bem, como diria a raposa d'O Pequeno Príncipe, a linguagem pode ser mesmo uma fonte de mal entendidos. A postagem trata justo de momentos onde não é necessário esforço para lembrar, pois ao contrário, se pensa neles o tempo inteiro, momentos dos quais, consequentemente, se levarmos em consideração a poesia do Marcelo Camelo dos Los Hermanos, não se tem vontade nenhuma de esquecer.

    O esquecimento a que se refere a postagem esbarra no esquecimento da poesia porque é um esquecimento que surge não da vontade, mas de problemas fisiológicos. Quando se passa a conviver diariamente com alguém que embora não tenha vontade nenhuma de esquecer momentos dos mais importantes de sua vida e ainda assim essa pessoa esquece e se aflige e chora, não há como não temer passar por algo semelhante, ainda mais se houver questões genéticas envolvidas. Não é, portanto, vontade de esquecer, é justo o medo de esquecer sem vontade, é se reconhecer num caminho sem saber de onde se veio, como foi lá descrito não como metáfora, mas como descrição da realidade.

    Mas é compreensível que existam múltiplas interpretações, até porque, me disseram certa vez, que quando escrevemos algo, aquilo não mais pertence a nós. Além disso há "certas coisas" que não sei mesmo dizer, que não se pode provar, onde se conta apenas com a esperança de que a outra pessoa acredite naquilo que se diz. E como dizem que a esperança é a última que morre...

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