Essa não é uma postagem
característica desse blog, onde as ideias são trabalhadas aos poucos até se
amarrarem em um texto que reflita um pouco daquilo que penso. Essa postagem é
mais impulsiva, por isso que não se espere dela nenhuma amarração mais elaborada
ou mesmo mais sofisticada.
Mais uma dessas noites de insônia, sem a leveza característica de tempos de outrora, e zapeando pelos canais da TV para me distrair de alguma forma, resolvo assistir as entrevistas do Programa do Jô e dentre elas a entrevista que me fez vir aqui querer escrever algo ainda que sem noção de exatamente o que.
A segunda entrevistada foi a Eliana
Zagui, escritora e pintora. Contudo o mais inusitado é que Eliana, vítima na
infância de poliomielite, tem o corpo inteiro paralisado exceto por alguns
músculos do rosto que a permitem através de técnicas específicas pintar,
escrever, usar notebook e celulares. Eliana tem dificuldades para respirar e o
mais impressionante é que mora desde os dois anos de idade no Hospital das
Clínicas (creio que do Rio de Janeiro). Hoje ela tem 40 anos. Ou seja, quando
eu nasci ela já morava há pouco mais de dois anos num hospital.
Fiquei pensando, no início da
entrevista, quão angustiante deveria ser a vida dessa mulher, até porque, não
ter movimentos como ela, sempre foi um de meus grandes pesadelos, e acabei
percebendo que eu, com todos os movimentos, talvez me angustie mais do que ela
pois acabo não valorizando as pequenas coisas do dia-a-dia, como por exemplo,
poder estar aqui no notebook digitando esse texto, partilhando esse momento.
Pensando nessas pequenas coisas,
pensei como é uma experiência ímpar, de completude, saborear determinados
gostos, sentir certas texturas, olhar fotografias de alguém especial, sentir um
cheiro que não se esquece nunca, ouvir uma voz que mexe com nossas emoções. E
ficamos nós preocupados com tantas coisas sem importância, catalisando nossos
problemas de modo a nos tornarmos reféns de situações criadas por nós mesmos,
presos ao ontem e ao amanhã, esquecendo de viver o hoje, de pensar o presente,
de valorizar a alegria de estar vivo e a certeza de saber que existem pessoas a
quem amamos e que nada que aconteça pode mudar esse sentimento, pois quando é
amor, é para sempre.
Obrigado Eliana, obrigado por me
mostrar de forma prática, dura e direta que felicidade é apenas uma questão de
ser. Eliana é feliz. Eu quero ser feliz como ela é. Boa noite! Hora de deixar a
insônia de lado, rezar (muito) e dormir. Amanhã é um novo dia e isso não é
retórico, é realidade.
:-)
ResponderExcluirSer leve... :) O quão sublime e necessário. O quão difícil e vital. Como as coisas mais importantes da vida! Seja feliz!!! Bjs!!! :)
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